Como se o ano não tivesse começado. "Parada no ar, antes de mergulhar."
Escrevo ouvindo "My Love", com Paul, que me faz relembrar tantas coisas.
O livreto não saiu. Nenhum rabisco.
Para trás ficou a história do sufoco da enfermeira, tentando impedir-me de ver a paciente morta, na cama ao meu lado, no quarto que dividimos no hospital.
A saudade dói. "Saudade do que não aconteceu", como me disse Esmeraldo Tarquínio, ah, sedutor incorrigível.
Melhor ir dormir. Sufocar lembranças.
Tentar dissolver esta sensação de que tudo já foi.
Amanhã, se Deus quiser, a manhã me espera.
E vai valer a pena.
Sempre vale.
4 comentários:
Muito louco. O que está acontecendo com você? Parece que está tudo acabando! Pois, ainda que nos meus piores dias, tenho certeza que muita coisa nos aguarda: reuniões, viagens, netos, sobrinhos de Itapira na faculdade... Se apronte, muitas coisas boas pela frente!!!
Nada há que um dia não cure. O Sol que nasce é sempre a esperança do renascimento, e esta é a mágica do constante se reinventar.
Dormir, sim. Acordar renovada. Dormir para a vida, nunca. Ela nos sacode o tempo inteiro.
Bonito esse também. Vai fundo em várias questões... e não sabia essa da mulher do seu lado no hospital... :(
Qdo crescer tb quero escrever como forma de terapia...rs
Beijos
E se amanhã não valer a pena, na outra o fará, com certeza!
Estou lendo aqui de frente pra trás e vejo, constante, a presença de Paul!
Beijooo!
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