quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Clodô e Clésio*

Ela não tá nem aí. Podem chamá-la de brega. Não, esta noite ela não vai ouvir Caetano. Despudorada, dirá que considera João Gilberto um chato. E achará graça da expressão horrorizada que tomará conta da amiga jorrrnalixxssssssssta.
Passa a mão sob a agulha do velho toca-discos: -“Parece que ainda funciona”. Olha a bolacha preta pra ver se não tem nenhum risco. E sorri, feliz como há muito não se sentia.
Pega uma caixa de lenços que secarão suas lágrimas.

Fagner gorjeia e se revela só pra ela:

“Um dia vestido/De saudade viva/Faz ressuscitar
Casas mal vividas/Camas repartidas/Faz-se revelar

Quando a gente tenta/De toda maneira/Dele se guardar
Sentimento ilhado/Morto, amordaçado/Volta a incomodar”

*autores de Revelação

3 comentários:

Eli Carlos Vieira disse...

"[...]E nos espelhos ela se despe, dança nos olhos uma chacrete
[...]Mas o verdadeiro fato está dentro do quarto [...]" (Dinorah, Dinorah - Ivan Lins, perfeitamente cômica na voz de Elis)

É...estive mesmo refletindo sobre "ser", sobre "o que se é"...
Um exemplo disso, que ilustrei no meu orkut esse mês, é a princesa Diana. Bela, loira, perfeita (esteriótipos, rótulos).
Na real ela só queria ser uma pessoa normal, sem precisar esconder o que é, o que deseja...

Você tem uma perfeita capacidade de prender a leitura nos detalhes.
Impossível não fazer passo-a-passo (mentalmente) a cena ali descrita.

Bjão, Kátia
:-]

Eli Carlos Vieira disse...

em tempo...
Corrigindo: *estereótipos!

Yuri Calazans disse...

Muito bom !!!
Qual a próxima música "Pablo" ?
hahahahahah

Cultura Inútil do Silvio Santos !

baccio